Margens do Rio Sena

Por Andreia Leite a segunda-feira, outubro 18, 2010 0 Comentários

Olhando para o mapa... "ora bem...estamos aqui, queremos ir para aqui, são 3 quadradinhos... dá para irmos a pé!"

E depois de caminharmos ao longo do Rio Sena por mais de 2 horas percebemos que afinal cada quadradinho corresponde a 2Km! Uff!


Perdi a conta à quantidade de pontes que já passámos e decidimos atravessar para a outra margem! A ponte que se segue é apenas para peões "e até tem uns banquinhos para descansarmos!" E ali sentada no banco apercebo-me dos inúmeros cadeados de diferentes cores e tamanhos, pendurados no corrimão da ponte. Aproximo-me para ver melhor o que está escrito num cadeado azul, velho gasto pelo tempo: Sophie & Peter 13/4/2003



E assim está a ponte recheada de amores celados por cadeados, com datas que marcam o inicio de uma eterna vida a dois!

Já do outro lado da margem, passamos por um grupo de jovens sentados à beira rio: com um bloco de folhas brancas rabiscadas, lápis na mão e com os olhos a percorrerem os pormenores do rio, da ponte, da brisa que agita as árvores! São estudantes de uma qualquer escola de artes e uma figura robusta, que parece ser o professor, caminha por trás dos estudantes a corrigir ora o olhar, ora o percurso das mãos no papel.

Mais ao fundo começo a avistar o topo da Catedral de Notre-Dame de Paris, atravessamos a estrada, desviamo-nos da multidão que acaba de sair de um autocarro... paramos para ouvir um violinista que preenche as ruas de musicalidade... "ele é muito bom!", procuro o troco guardado à pressa no bolso das calças, oiço o chincalhar das moedas dentro da caixa do violino, recebo um caloroso sorriso e seguimos caminho!



Chegámos à praça em frente à famosa catedral... olho à minha volta e avisto turistas a pousarem para a foto, guardas a patrulharem a zona, pequenos (grandes) artistas de rua, mais turistas, e ali perto de um pequeno jardim, uma velhinha a ensinar uma criança a dar de comer a uns passáros pequenos!!

E eu decido fazer o mesmo... procuro um biscoito que tenho na mala e estendo o braço tal como vejo a velhinha fazer, mas sem resultado!

Quando já estava para desistir sinto uma mão a agarrar-me firmemente no braço e coloca-me pão seco no lugar do biscoito que eu tinha... olho para o lado e era a velhinha! Sem dizer uma única palavra ela sorri-me e estende-me o braço em direcção aos pássaros que automaticamente vêm em euforia colher bocados de pão às minhas mãos! E assim fiquei por um bom bocado...

Depois das últimas migalhas procurei pela velhinha para lhe agradecer... mas ela tinha desaparecido!

Por fim, explorámos as acolhedoras ruas da Île-de-Saint Louis... e a tarde começou a ser substituida pela noite e nós, já cansados, procurámos uma estação de metro para seguirmos caminho de volta para casa, está na hora de fazer as malas e dizer:

.................................................... "Até um dia Paris!"..................................................

Paris... La Vie en Rose!

Por Andreia Leite a domingo, outubro 17, 2010 0 Comentários

Moulin Rouge

Por Andreia Leite a sábado, outubro 16, 2010 0 Comentários
Está agora a anoitecer e depois de mais uma aventura no metro de Paris, saímos à rua que nos recebe com cores fluorescentes, apelativas, cintilantes e que realçam as montras das lojas, cujos letreiros se pode ler: SEX STORE, CRAZY SEXY TOYS, PORNO SHOP, FANTASY...

Estamos portanto numa rua que vende sexo, mas nem por isso vejo pessoas a venderem-se! Muito pelo contrário, esta rua mistura o sexo com arte e convida quem lá passa a assistirem aos espectáculos dos cabarés!

Indo rua abaixo... começo a avistar um moinho a sobressair no atelhado de um edificio baixo, com uma entrada cheia de glamour: as cores vermelhas do moinho, as próprias hélices a rodarem, o ambiente luxuoso e os seguranças à porta. É o Moulin Rouge!!! Criado em 1889, foi e é cenário de grandes espectáculos das danças Cancan e palco de grandes estrelas, tal como Edith Piaf.



Aproximo-me e questiono sobre os preços:
- de 80 a 90€ por pessoa para assistir ao espectáculo. Se lhe adicionarmos meia garrafa de champanhe pode ir até aos 100€ e com jantar incluído os preços sobem até aos 180€!

Não, ainda não é desta que vamos assistir ao espectáculo!

E nós lá seguimos o nosso caminho com a promessa de um dia voltar... e certamente entrar!



Deixo-vos o site oficial, vale a pena espreitar...
http://www.moulinrouge.fr/

Torre Eiffel

Por Andreia Leite a sexta-feira, outubro 15, 2010 0 Comentários
Saiu à rua e grito, mas é que grito mesmo:
- GOOD MORNING PARIS!
Eles riem-se e na rua um ou outro olhar de desprezo recai sobre "aquela maluca que está para ali a gritar".

Dobra-se a esquina e por cima dos telhados pretos que servem de chapéu a prédios de 3 ou 4 andares eleva-se a famosa Torre Eiffel!

É para la que caminhamos a passos largos como se esta nos fosse fugir.

O imenso jardim situado aos pés da Torre Eiffel está repleto de modelos e fotógrafos amadores vindos dos quatro cantos do Mundo! Estão aqui tantos, tantos turistas!

Mas a Marie diz que hoje até nem estão muitos. "Não?!" A verdade é que nos últimos dias a Europa está em estado de alerta perante a possibilidade de algum ataque terrorista! Por isso podem-se ver militares carregando metralhadoras ao peito (ou algo do género), que se destacam por entre turistas e vendedores de mini-porta-chaves-Torre-Eiffel.

À medida que nos aproximamos, a torre vai-me parecendo cada vez maior e cada um dos 4 pilares parece-me cada vez mais largo e magestoso. Agora, mesmo debaixo da Torre Eiffel, olho para cima e o 1º piso parece-me tão alto!

- Vamos comprar os bilhetes!
- 3,5€ é quanto pago para subir pelas escadas até ao 2º piso mais 5€ para o elevador que nos leva ao 3º piso, o topo da Torre Eiffel.

Cá vamos nós! Iniciamos a subida através de um dos pilares, e à medida que avanço dou-me conta da quantidade de ferro que sustenta e compõe a Torre; e as escadas e suspensões proibidas ao público que dão acesso aos técnicos para a reparação e manutenção de avarias.

Estamos a ganhar altitude e a cada lance de escadas diminui-me o fôlego e altera-se a paisagem: cada vez mais abrangente!


Chegamos ao 2º piso, apanhamos o elevador, atravessamos a cabine, subimos o último lance de escadas e agora sim! Chegámos ao topo... UAUUU! As pessoas parecem pontinhos lá em baixo, os carros movem-se num trânsito quase parado mas parecem ser de brincar. Avistam-se uns noivos nos jardins, de costas para a torre a pousarem para a fotografia...

A vista aqui de cima...


Engane-se quem pensava haver um restaurante no topo da Torre Eiffel (eu admito que pensava que sim!), mas o espaço é grande apenas o suficiente para ter um pequeno bar que serve champanhe (cada copo custa entre 10 a 15€) e um corredor a toda a volta que permite uma visualização de 360º sobre Paris a 324m de altitude.

Deixamo-nos ficar a dislumbrar a paisagem... e pensar que antes de 1889 não existia nenhuma Torre! Não consigo imaginar Paris sem a Torre Eiffel! E a quantidade de pessoas que aqui, neste mesmo sitio, se ajoelharam, olharam nos olhos da pessoa amada e após proferirem algumas palavras (alguns com mais jeito que outros) ouviram o sim eterno...? A Torre Eiffel é realmente mágica e ostenta romance!


Quando abandonámos a Torre Eiffel já tinham passado quase 3h desde que haviamos entrado.
- Uff, vamos procurar outra Creperie!"


.............................À noite decidimos voltar.............................

Meia-noite e sentamo-nos no jardim a comtemplar a beleza da Torre Eiffel que à noite exibe-se com luzes amarelas e em happy hour, como lhe chamam os franceses, alterna para luzes azuis cintilantes, como se uma chuva de estrelas estivesse a deslizar pela sua estrutura.



É agora 1h da manhã, desligam-se todas as luzes e assim adormece a cidade.


Boa noite Paris!

Et voilá, je suis a Paris!

Por Andreia Leite a quarta-feira, outubro 13, 2010 0 Comentários


Enquanto espero pela Aga e pela Marie no ponto-de-encontro, observo a rua e 20 min depois, percebo que realmente a passadeira para os peões não é entendida como tal: para os condutores parisiences é como se houvesse um sinal a dizer-lhes "Vamos ver quem passa primeiro..." Porque os carros NÃO param! É uma autentica corrida com diferentes pontos de partida e de chegada, em todas as direcções. Ponto em comum? Todos querem passar primeiro! É de loucos!

Elas chegam e lá vamos nós respirar a fragância de Paris!

Em busca da Torre Eiffel (conseguíamos ver o topo ainda há pouco) perdemos o rumo e vamos dar ao Arco do Triunfo: outra rotunda de doidos!
- Mas como é que as pessoas atravessam-na?!?!
- Ahhh, alii, temos que descer aquelas escadas que nos levam para o Arco como uma passagem subterrânea!

Uns minutinhos depois e já estamos a subir as 284 escadas em espiral. A nossa respiração está ofegante, e as piadas delas não me deixam parar de rir! Chegámos a um patamar, histórias, bla bla bla, mais um túnel com escadas e uma luz ao fundo cada vez mais perto, mais perto, último degrau, o vento a acertar-me em cheio na cara e uauuuu! Que vista soberba sobre Paris!



Realmente não há nada como chegar a uma cidade e subir a uma torre para ter uma ideia panorâmica de onde fica o quê: Avenida dos Campos Elysees mesmo aos nossos pés, o Louvre ao fundo da Avenida, a Torre Eiffel ali, Basilica de Sacre-Coeur acolá, o topo da Igreja de Notre-Dame, o Panteão, os destacados edificios de La Défense... um e outro jardim nos grandes terraços e um sem fim de prédios e torres que elegantemente ousam subir mais alto.

Descendo a Avenida dos Campos Elysees, também ela caótica, as pessoas caminham a passos largos em todas as direcções. As bicicletas cruzam-se à minha frente. Ups, por pouco não entorno o café de um senhor que sai quase a correr de uma cafetaria, "ôh pardon!"

As pessoas em geral vestem-se bem: eles tipicos homens de negócios, elas parecem acabadas de sair da passerele, com cabelos bem apanhados a fingir estarem despenteadas.

Esta avenida está repleta de lojas carissimas, hoteis, restaurantes e pequenas cafetarias a abarrotar de gente. Chegamos ao fim da avenida, atravessamos a praça La Concorde e dirigimo-nos ao Museu do Louvre!

Ahhh! As famosas pirâmides! Confesso-vos que eu sempre quis abraçar as pirâmides!

Bem, vamos entrar! Apesar de Paris ser uma cidade cara, visitá-la tem a sua vantagem pois a maior parte dos monumentos, museus e torres são grátis para menores de 25 anos.
Entramos numa das pirâmides de vidro, descemos as escadas e vamos dar ao átrio do museu completamente iluminado pela luz que incide através da pirâmide acima da nossa cabeça. Uauu! Agarramos num mapa, e lá vamos nós por esses corredores tipo labirinto.

2h depois já vi a Monalisa (uma autêntica pequena lady), o quadro gigante da Coroação de Napoleão, que demorou aproximadamente 2 anos a ser pintado por Louis David, uma múmia, sarcófagos, jóias e muito, muito mais.

São agora 19h, hora de apanhar o metro. Hora de ponta! O metro em Paris tem 15 linhas com metros em hora de ponta de 2 em 2 minutos e estão SEMPRE CHEIOS! Agarro-me onde posso, aconchego.me neste aperto, sinto-me sardinha enlatada. As outras sardinhas nesta lata são pessoas de negócios, engravatados e de fato, e não cheiram a transpiração, muito pelo contrário, misturam-se pergumes.

- Excuse moi... ah pardon, excuse moi! Uffa, conseguimos sair da lata, a noite já se está a apoderar das ruas e a sensação de um roedor na barriga empurra-nos para dentro de um pequeno restaurante, com decoração vintage em tons pastel, muito acolhedor! A ementa apresenta-se com uma lista imensa de crepes doces e salgados...

"Ahhh dificil escolher"

Fazemos finalmente o pedido, põe-se a conversa em dia,como é bom rever amigos de Erasmus, e uns minutos mais tarde chegam à mesa cheiros misturados a queijo derretido com uma variedade de ingredientes apetitosos embrulhados naquela massa tão fina e fofinha, que nos fazem salivar. E para terminar este dia em grande, nada como um crêpe au chocolat!

Bonne apetit mes amis!

Levantar vôo...

Por Andreia Leite a quarta-feira, outubro 13, 2010 0 Comentários
São 6h40, é hora de descolar!

Esta sempre foi a minha parte favorita da viagem de avião: por um lado a ansiedade para explorar mais um cantinho do mundo, por outro o simples facto de estar prestes a voar.

O avião ajeita-se na pista e está agora a aumentar a velocidade. Nesta altura inclino-me sempre para a frente para sentir a gravidade a empurrar o meu corpo contra o assento, adoro!

Cada vez mais rápido, cada vez mais rápido, cada vez mais... e sinto o frio na barriga, um vazio por baixo dos pés, o avião a inclinar-se, vejo o chão a afastar-se, (e eu receio sempre que ele embata com a parte de trás no solo, uma parvoice, eu sei), as casas estão cada vez mais pequenas, e as luzinhas da cidade preenchem a pequena janela do avião... Estamos finalmente a voar :)

Adoro viajar pela madrugada. Os céus mudam de cor tão rapidamente como que a exibirem-se à medida que rompemos as nuvens. Ora, se por baixo das nuvens está noite cerrada com as primeiras chuvas do outono a fazerem-se sentir, por cima delas sobressai uma conjugação de azuis dispostos em camadas do mais escuro ao mais claro, e que cada vez se intensifica mais em direcção ao horizonte.

Mais um dia que nasce e promete.

Desvio os meus olhos para a o livro que estou a ler sem contudo perder pitada deste fenómeno natural que acorda o Mundo todos os dias, o nascer do sol.
 

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