Veneza, um passeio na Gôndola

Por Andreia Leite a quarta-feira, agosto 20, 2014 0 Comentários
Os meus pais não falam inglês… mas quango é hora de regatear os preços a minha mãe fala a língua internacional: a linguagem corporal! E ela simplesmente vira as costas e começa a caminhar na direcção oposta… nós trocamos olhares, sabemos o que isso significa - e começamos a segui-la. 100 euros por 20 minutos de passeio na Gôndola é "vamos esturpar estes turistas" um bocado muito caro. Então a minha mãe conta baixinho um…dois…três! E ouvimos "Senhora!" - o homenzinho quase a correr atrás de nós. Ele diz Eighty?” Eu traduzo para a minha mãe: “Oitenta”. A minha mãe faz de conta que está a considerar, faz de conta que hesita e finalmente diz “Ok”. – Ela é a melhor!!!! Esse era o preço que ela tinha dito que queria pagar desde o príncipio!
Então aqui vamos nós: devagarinho, um a um, acomodamo-nos no estreito barquinho. O senhor, segurando o remo leva-nos para o meio do grande canal com tantos barcos… depois vamos por entre canais mais estreitos e por baixo de pequenas pontes...



…e de volta ao grande canal e assim termina esta pequena viagem. 
É um cliché, mas até bem divertido ter uma perspectiva diferente das ruas. Uma experiência riscada da minha lista de "A FAZER!" Aaahh como sabe tão bem riscar!




Um postal de Veneza...

Por Andreia Leite a sábado, agosto 02, 2014 0 Comentários
Depois de abraçar a minha mãe mais uma vez, o meu pai limpa as lágrimas, e vira-se para mim e para a minha irmã com um sorrisão. Nós já não o víamos há mais de 6 meses: pois ele estava a fazer a NATO com a Marinha.

Ele abre um envelope com uma colecção de postais dos sítios que ele esteve durante este tempo: “…e esta aqui foi a minha cidade favorita: Veneza, em Itália"
Um pequeno barco está a reflectir na água, e em pé no barco está um homem a segurar um remo, ele tem uma camisola às riscas e um chapéu com uma fita vermelha. Que elegante!, pensei eu. "Nesta cidade as ruas são rios, e os carros são barcos" - explicou-me o meu pai.

Eu estava fascinada e queria ir para lá imediatamente, então eu perguntei-lhe: "Levas-me contigo?" "Sim, um dia vamos todos a Veneza…", eu tinha apenas 6 anos… 

16 de Março de 2012
17 anos mais tarde, chegámos a Veneza!!!

O autocarro lotado trás-nos do aeroporto até à Praça de Roma - o único sitio que circulam carros em Veneza, a partir daqui caminhamos por 10minutos até  ao hotel. 
A minha mãe já parece ter-se esquecido dos momentos de ansiedade que passou no avião - ela tem medo de aviões e nós temos medo por ela.
Agora, mais leves sem as malas, vamos explorar, guiando-nos pelo mapa que peguei à entrada do hotel… o nosso destino é a famosa Praça de S. Marcos.

Pontes e mais pontes, viramos em mais uma pequena rua, vamos dar a mais uma praça, mais pontes, mais ruas e becos...

De vez em quando deixamos um "aahhww!!!" escapar: "ahhw, olha os táxis deles!" "ahw, e aquele é o carro da polícia… - bem, digo barco!", "E olha a ambulância!", até o camião do lixo é um barco! Por curiosidade até fomos ver como era a entrada para as urgências.  

Estamos fascinados pelo estilo de vida tão surreal desta pequena cidade. Algumas ruas nem sequer têm um passeio, e as pessoas estacionam o barco mesmo a porta de casa e saltam lá para dentro! Tão fofos! 

Encontramos também esta pequena loja fluctuante a vender vegetais. 

Depois de 1h e meia a caminhar devagarinho e com muitas paragens para tirar fotos (sim, a minha irmã consegue ser pior do que eu), chegámos à Praça de S. Marcos, já cheios de fome! 
Um piano enche o ar com notas suaves… ali na esplanada de um restaurante, um senhor toca num piano preto a entreter os clientes deste restaurante tão sofisticado. 
No outro lado da praça está a Catedral, já estava a fechar e por isso caminhámos só à volta e seguimos o cheiro a pizza de um restaurante ali perto.  

De volta à praça, caminhamos em direcção ao mar. Aqui há muitos destes barcos tão elegantes - as Gôndolas… E de repente eu vejo-o! O senhor tão elegante do postal do meu pai, aqui mesmo à minha frente, sentado num pequeno deck de madeira à conversa,… por um momento eu sinto como se o conhecesse há muitos anos. Esta sensação pôs-me um sorriso na cara, aquela certeza de que tudo está onde deveria estar.
Depois do pôr-do-sol, fazemos o caminho de volta para o hotel.

Depressa se faz noite e ainda parece mais escuro nestas ruas com tão pouca iluminação. Seria um pouco assustador se tivesse que passer aqui sozinha. 
Durante o jantar começa-se a planear o Amanhã, olhamos para a minha mãe e a questão fica no ar...vamos fazer um passeio na Gôndola?! 

 

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